terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Rasuras / 02 de Fevereiro - 15:20h





Cadeira de plástico, almofada de algodão nas costas, uma papel em mãos, apoiado em um livro que por sua vez apóia-se na minha perna. Sim, é uma descrição ridícula, mas é real. Pra falar a verdade, dei início a essa escrita sem saber se teria um fim, escrevi apenas a alimentar o meu hábito.
Conforme o enredo progride, prevê-se que o texto e todo seu conjunto se resumirão em “ridículo”. Eis a sina de quem escreve; o fazer sem nenhum intuito, não falar de nada, não ter propósito aparente, apenas permitir que a esfera na ponta da caneta faça lá suas acrobacias: pingos nos is, dois-pontos, travessão, cedilha, exclamação... Fico feliz em saber que é a mais estúpida, tão porém, a mais sublime das minhas narrativas, pois não só de obra-prima vive um artista. Sabia que teria um início e repito, não esperava por um fim, esse que a partir de agora eis de ser traçado.
Posso posta-lo no meu blog, a internet já não está sendo útil para muita coisa, ao menos que ela arquive as minhas rasuras. Pouco divulgo o que eu faço como disse anteriormente a internet serve apenas para arquivá-los, pois nunca me importei muito com a platéia.
Ah, mas essa é apenas uma das opções, posso embrulhar o papel na mão e encaminha-lo para o lixo. Caindo no esquecimento, enterrando palavras que nunca deveriam ter nascido. Posso jogá-lo em umas das minhas pastas, destas que eu não vou abrir por tão cedo, fazendo desses pensamentos insanos rabiscos em vão.
Enfim, eu paro por aqui. Se eu for acompanhar o ritmo da chuva que cai lá fora, vou me perder em meio às palavras. Vou por mim, mais uma vez parafraseando. Se alguém estiver lendo isso aqui, eu coloquei no tal blog, sabendo que alguém pode ler, ou não... Alguém pode gostar, ou não... E a dúvida de que se isso fez ou não algum sentido, já me é suficiente.